quinta-feira, 9 de junho de 2011

Olhares de um cotidiano


"Triste não é vida, triste é olhar
que você tem tido sobre ela"
Cristiane Oliveira

Dae que eu sou um tanto otimista, vivo as dificuldades, sem deixar que as dificuldades vivam em mim, encaro os problemas com naturalidade e sempre procuro ser um pouco poliana (terapia do contente), buscar um lado bom para as coisas, tenho muita fé e isso me ajuda a ter certeza que tudo em nossa vida não passa de ensinamentos, que o melhor momento de aprendermos com uma situação seja ela boa ou ruim é agora.

Eu acho péssimo pessoas que só reclamam da vida, faz um tempo que estava com este texto em mente meio preguiçosa de vir aqui me expressar, mas algumas situações acabaram  me inspirando.

Leiam estes textos abaixo os dois narram o mesmo cotidiano, mas com olhares e sentimentos diferentes.

 Narrativa 1

Bom dia, hoje acordei cedo, até queria dormir mais um pouquinho, mas tinha uma reunião importante e precisava chegar meia hora mais cedo.

O dia estava bem frio aproveitei para caprichar no visual, afinal tem roupas que só podemos usar nesta época, coloquei uma bota linda que comprei o ano passado e como há tempos não fazia um frio tão intenso aproveitei a ocasião.

O carro demorou um pouco pra pegar (deve ter sido o frio), como eu estava com tempo de sobra e nem trabalho tão longe assim de casa, resolvi ir a pé, no caminho tive  uma surpresa maravilhosa, é outono e  as folhas começam a cair, passei por uma rua que parecia um tapete de folhas, linda (tirei uma foto, vou compartilhar com vocês).

olha que perfeito

No caminho já quase na esquina do meu local de trabalho, fui parada por uma criança, uma menininha linda, ela estava pedindo esmola, resolvi ajudar, não com dinheiro, mas comprei na padaria um chocolate quente e um pão bem quentinho pra ela e prometi que amanhã levo umas roupas, ela parecia estar com bastante frio.

No trabalho a reunião rolou super bem e depois tivemos um café da manhã surpresa. O dia foi bem produtivo.

Depois de um dia de trabalho chegeui em casa, meus sobrinhos apareceram fazer uma surpresinha pra mim, fiz pipoca e chá e ficamos até tarde jogando cartas.

E esse foi meu dia, agradeço a Deus por ele.


Narrativa 2

Merda, to morrendo de sono e tenho que acordar cedo, aquele chefe maldito tinha que marcar essa reunião hoje, vou ter que chegar meia hora mais cedo.

Hoje tá um frio do caralho, e eu estou sem animo pra tudo, por mim ia trabalhar de pijama mesmo, bom, mas como não posso, vou usar essa bota que comprei o ano passado gastei uma nota com ela e ela fica aqui juntando mofo no guarda roupas.

Essa bosta de carro demorou pra pegar, perdi a paciência fui obrigada a ir a pé, o problema não é nem a distância, o que eu acho chato é ter qur ficar dando bom dia pras pessoas na rua, nem as conheço porque tenho que desejar bom dia, quero mais é que elas se ferrem, e tem outra questão que me incomoda é outono, as ruas ficam cheias de folhas e esses garis nem pra limpar as ruas direito, eu tirei uma foto (vou reclamar na prefeitura).

Não bastasse tudo isso quando eu achei que minha caminhada matinal atormentada tinha terminado me deparo com uma menina pedindo esmola, porque não vai trabalhar, tem tanta criança que trabalha, e eu sou obrigado a dar meu dinheiro suado pra ela. Finge que nem ouvi o que ela falou.

A reunião foi um saco aguenta chefe mala falando não é facil, e depois ainda me aparece com um café da manhã surpresa, com certeza fez isso só pra puxar o saco, só de raiva não participei. Trabalhei como um camelo.

Cheguei em casa cansada e os pentelhos dos meus sobrinhos resolveram aparecer, mandei eles embora, não aguento criança enchendo meu saco, querendo tomar chá, comer pipoca e jogar cartas, porque não essas crianças não me deixam em paz.

Esse foi meu dia, se amanhã for como hoje eu me mato.


E você, que narrativa você tem feito do seu dia?