REPORTAGENS

Neste espaço você pode conferir as matérias que eu fiz para o Portal Rap Nacional e para o site Viva Favela.

O Portal Rap Nacional é o mais importante veiculo de comunicação do rap na Internet. Mas, isso não é por acaso. Para manter o Portal no ar e sempre atualizado, existe uma equipe que trabalha muito para que isso ocorra.
O site Viva Favela  foi criado em julho de 2001 pela ONG Viva Rio, o projeto Viva Favela tem como metas a inclusão digital, a democratização da informação e a redução da desigualdade social. Como uma ponte virtual entre o "asfalto" e a favela, conta com uma equipe de jornalistas e correspondentes comunitários.



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Profissão: Vagabundo

Os artistas periféricos que driblaram os rótulos impostos pela sociedade e venceram por meio da arte. “O povo pensa que artista nunca trabalha, mas ele é um operário eterno”.(Elza Soares, 2010)
7h da manhã, de um lado da cidade o trabalhador acorda, veste terno e gravata, calça sapato social, pega o carro e vai para o escritório cumprir seu ofício.
7h da manhã, do outro lado da cidade o trabalhador acorda, veste bermuda, camiseta, calça tênis, pega o ônibus e vai para o galpão da comunidade cumprir seu ofício.
O primeiro é um advogado e recebe o titulo social de homem de bem, já o segundo é Fabiano Ray, 27 anos, o professor Binho, que trabalha como educador social de dança de rua, no projeto “Arte e Movimento”, custeado pela prefeitura da cidade de Barra Bonita, interior de São Paulo. Binho é rotulado por muitos como “vagabundo” e desabafa: “Os mesmos que não valorizam meu trabalho levam os filhos aos projetos sociais, se não fosse eu, quem iria tirar os filhos deles das ruas, dar conselhos”.
Os profissionais que utilizam alguma das vertentes da arte para sobreviver tendem a ser vítimas do conceito errôneo de uma parcela da sociedade, que classifica como errado tudo que difere ou que não segue os padrões impostos.

Periferia digna de Grammy Muitas vezes o preconceito com a profissão acontece dentro de casa, como é o caso do produtor e diretor de clipes Vras 77, que, construindo seus próprios equipamentos e produzindo clipes para artistas do rap nacional, ganhou notoriedade e respeito do público.
Mesmo com várias portas sendo abertas para o produtor, dentro de casa a história é diferente: “Até a minha família fala que sou vagabundo, eles acham que trabalho tem que ter peso e se a gente faz dinheiro sem ter que trabalhar de pedreiro ou carregar peso não é trabalho”, comentou o cineasta periférico, morador da Brasilândia, distrito de São Paulo que já chegou a ser considerado uma das áreas  mais violentas do estado.
A falta de apoio familiar não desanimou Vras, que assina produções de nomes como Afro-X, Ca.Ge.Be., X-Barão e Inquérito.

Cristiane Oliveira - para Revista virtual Viva Favela /06

Leia a matéria na íntegra

Curadoria/Editor Responsável Vito Giannoti: Coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação, entidade que produz comunicação para sindicatos, ex-metalúrgico e um dos fundadores da CUT. Escreveu mais de 20 livros, dentre os quais "História das lutas dos trabalhadores no Brasil", "O que é jornalismo operário?" e "Muralhas da linguagem".


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O Rap e seus diferentes estilos. Saiba o que cinco MC’s pensam sobre o tema

divisao

Underground, Gangsta, Gospel, Pop… São tantas as subdivisões existentes dentro do rap que resta saber se as diferenças terminam no simples fato de que cada grupo ou MC canta da maneira que se identifica, ou se a  diferença na maneira de cantar é apenas um dos itens que faz com que o Rap não se unifique e se divida cada vez mais.
O pensamento ditador daquele que impõe o seu rap como o melhor, cria casulos, onde representantes de um “estilo” se isolam dos outros e começam a agir como narcisos, apontando o dedo ao redor, julgando tudo que não se iguala ao seu como erro.
Para saber o que representantes do Rap na atualidade pensam sobre esse tema, o Portal Rap Nacional trocou uma ideia com Emicida, Douglas (Realidade Cruel), DBS, Cleber (Ao Cubo) e C4bal.

Rótulos, Barreiras, Divisões e afins
O rapper Emicida começou sua carreira nas rodas de Freestyle e canta um “estilo” de Rap denominado ou rotulado por alguns como: Underground. Para Emicida as divisões existem muito mais na cabeça das pessoas do que dentro do Rap. “As pessoas criam barreiras, elas se escondem atrás desses rótulos, acho que  é uma burrice que soa como se alguém fosse mais que alguém dentro de um certo contexto, você pode falar de 500 mil temas diferentes, pode usar 500 mil influências diferentes, mas no  fundo a essência é o rap e só”, afirma.

Já Cleber do grupo Ao Cubo, um dos grupos mais representativos no cenário Gospel, afirma que com o tempo foram aparecendo novos adeptos e criadores de novos estilos que vieram somando com os que já existiam. “Todos esses subtítulos somam para cultura hip-hop, beneficiam o movimento num todo, nem que seja de gota em gota”, comenta.

No ponto de vista do rapper DBS as divisões existem e é uma consequência natural de qualquer estilo musical. “O rap é o estilo musical mais mutante que existe, ele se transforma e se adapta a cada país e região, com sua diferença de crença, tradições e história, em um país como nosso que tem de tudo um pouco é natural as divisões de estilo”, ressalta.

Leia a matéria na íntegra.

Cristiane Oliveira - Para Portal Rap Nacional
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A magia do Disco de Vinil

 Na contra mão da industria fonográfica, muitos ainda preferem o disco de vinil.



O bolachão que durante muitos anos fez a alegria das festinhas familiares e dos bailes pelo mundo, viu o fim do seu reinado quando os CDs dominaram a cena musical.

Por ser mais acessível e compacto esta ferramenta de armazenamento de musicas caiu no gosto popular, mas lado a lado  com as vantagens proporcionadas pelos CDs surgiu também as desvantagens, pois não precisa ser um entendedor musical para perceber que a fidelidade ao som original é bem maior nos Long Plays (LP).

Cristiane Oliveira - Para Portal Rap Nacional

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O Rap além do Rap
Este foi um especial feito com alguns grupos de Rap, com  o intuito de falar sobre assuntos que iam além do Rap, como por exemplo, política, economia, esporte, lazer, literatura, projetos sociais entre outros temas.


O Rap além do Rap - Pentagono


O primeiro grupo convidado foi o Pentágono, um grupo de rap paulistano que surgiu em 2001. Com dois cds lançados “ Microfonicamente Dizendo” e “Natural”o grupo é consagrado pelas suas misturas de levadas, onde fazem uma miscelânea de ritmos dando vida à um Rap inovador e original. Outra marca do Pentagono é o profissionalismo com que lidam com as produções musicais, shows e tudo que envolva o rap.

O Rap
PORTAL RAP NACIONAL:Nome dos integrantes, Vulgo e Idade?Pentágono: Cristiano Dj Kiko (36),  Paulo M.Sário(26), Israel – Rael da Rima(26), Alan Apolo(25) e Wagner Massao(28).



R.N.:Explicação para o nome do Grupo?
Pentágono: Pentágono é uma figura geométrica de cinco lados, por isso, escolhemos esse nome, pois são cinco visões, cinco formas diferentes de ser relacionar com a música – mas no final achamos um ponto em comum – rap.

R.N.:Todos do Grupo conseguem viver de Música? Se não, qual a profissão?
Pentágono:
Essa é a idéia, mas sabemos o quanto é difícil principalmente no Brasil sobreviver da música, mas essa é nossa vida, nosso foco e nosso trabalho. Todos nós trabalhamos com a música, não somente cantando/rimando, mas também produzindo batidas e organizando eventos.

R.N.:5 MCs, o Dj e demais pessoas que fazem parte do grupo. Como é a convivência? Acontece Brigas, ou conseguem levar na moral?
Pentágono:
Agora estamos com outra formação, somos quatro mc’s e um dj mais a equipe de apoio – 1 produtor, 1 roddie e 1 técnico de som. Brigas acontecem, mas encaramos numa boa, hoje temos maturidade o bastante para lidar com as situações que acontecem no decorrer da caminhada.

R.N.:Quais as principais influências dentro e fora do Rap?
Pentágono:
Temos bastante influências pessoais diversas, porém muitas em comum que vão de Paulo Diniz a Shuggie Ottis, Vanessa da Mata a Dina Di, de Rzo a Bob Marley.

R.N.:No cenário Rap quem vocês destacaram no momento? E  em outros estilos musicais quais seriam os destaques atuais?
Pentágono:
Gutierrez, Akira Presidente, Gueto Organizado, Curumim, Céu, 100kaô, Rincom Sapiência, O Rappa, Kamau, Emicida, Flora Matos, Parteum, Ponto de Equilíbrio, Leninne.


Cristiane Oliveira - Para Portal Rap Nacional

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O Rap além do Rap - Kmila CDD

O Rap
A sua participação no show do MV Bill vai além de ser Backing Vocal você é uma das poucas mulheres que tem esse espaço de estar ao lado e não no fundo. Como você encara essa responsabilidade?
É uma responsabilidade muito grande, eu me sinto feliz demais é muito gratificante pra mim. Na verdade eu sou backing do Bill mas por a gente ser até irmão ele me dá um espaço além de backing vocal, tem umas paradas que são minhas, no show eu recito grande parte de uma musica minha que está vindo agora no próximo álbum do Bill “causa e efeito” que vai ser lançado em julho, 60% das musicas eu tenho parceria, pra mim estar no palco com o Bill é sem palavras e o respeito com que o publico do rap e também fora do rap tem com a minha pessoa, isso pra mim é muito importante. já trabalho com o Bill há 13 anos , já rodeio o Brasil inteiro e acho que no rap ainda há uma luta por uma identidade própria, eu procuro fazer a minha parte.


Como é cobrança profissional da Kmila para com a Kmila?
Sem duvidas, pra mim tudo que eu faço desde o rap até o meu trabalho na produtora do Bill, eu faço com muito amor, é profissional sempre, desde o momento que eu estou no palco, no estúdio ensaiando, em casa compondo, é meu trabalho tudo que faço é com muito comprometimento.




O Rap está acabando?
Eu acho que está perdendo um pouco da identidade, está faltando o rap ter uma identidade própria. Não é que esteja acabando, mas neguinho tá tipo dando uma viajada. O rap é nacional, mas ai vão lá botando dinheiro e querendo imitar os caras gingo. Acho que tem que valorizar mais o rap nacional que é a nossa cultura, o rap daqui, que é a questão da identidade própria que eu to te falando, as pessoas acabam achando e cada um fala uma coisa. o que esta acabando é espaço pra rap mal feito. Eu continuo viajando o Brasil inteiro com o Bill.




Pretende lançar cd, paralelo ao seu trabalho com o MV Bill?
Isso tá sendo elaborado , sem pressa , tenho agora que me concentrar no lançamento do “ causa e efeito” onde estarei sendo apresentada diretamente ao público , eu até penso em lançar sim meu álbum, mas agora no momento não, porque eu tenho varias parcerias com o Bill no próximo álbum, então isso pra mim esta sendo um estagio estou podendo ter mais experiência, depois eu apresento o meu trabalho.


O que podemos esperar de kmila Cdd no novo cd do Mv Bill?
Você participa de que partes no cd “causa e efeito”?É um disco do Bill , no qual eu terei uma faixa só minha, com parceria de letra com o Bill, chama-se Kmila Cdd, sem falar que canto em 60% das faixas. Esse é um disco do Bill, ele pode dar maiores esclarecimentos.


Lei na íntegra
Cristiane Oliveira- Para Portal Rap Nacional

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O Rap além do Rap - Emicida


Pra quem já mordeu um cachorro por comida, ele ainda vai longe. Esse é E.M.I.C.I.D.A, o rapper que conseguiu três indicações para o VMB, dividiu palco com Erasmo Carlos, ganhou tênis da NIKE, tudo isso sem perder a essência e sem deixar de ser “rua”. EMICIDA é o terceiro entrevistado do “O Rap além do Rap
O Rap
Portal Rap Nacional: Em que momento você percebeu que precisava ir além do Free Style e colocar a mix tape na rua?
Emicida:
Quando eu percebi que transformei meus fãs em meus refens, quem quisesse ouvir emicida era obrigado a ir no shows (risos) na real tinha bastante coisa parada há muito tempo e precisava dar vazão a isso, e se eu colocasse outro single por ai talvez perdesse o tesão de lançar uma mix tape com músicas tão antigas, achei melhor fazer a mix pra mostrar que realmente temos um acervo grande de material e por achar que serviria bem como uma prévia do disco oficial, mas outras mix tapes virão antes do disco, estamos num ritmo muito bom aqui… logo mais tem novidades…

R.N.: Nesses vários anos de Rap você deve ter passado por diversas situações. Conte um fato que te deixou muito feliz e um fato que te deixou muito triste dentro do Rap.
Emicida:Eu vi muita coisa mesmo, mas a grande maioria acabou virando rap então passaram a ser coisas positivas, degraus que me trouxeram até aqui, vejo dessa forma, acredito que um momento  magico pra mim foi o dia em que conheci o felipe vassão (produtor), o bruno e o tixaman pessoas sem as quais eu jamais teria gravado em um bom estudio… e um momento triste foi a perda do dj primo no ano passado eu realmente não estava pronto para aquilo…

R.N.:Fale um pouco sobre o patrocínio da Nike e como você encarou as criticas relacionadas ao assunto.
Emicida: Internet é foda, boatos surgem e seguem, crescem e viram verdade. Não sou patrocinado pela nike, o dia em que eles me fizerem uma proposta maneira a gente conversa, mas a parada que ocorreu é o seguinte: a Nike convidou eu e kamau devido a repescussão em torno de nosso nome, para irmos até a loja pegar uns artigos, fomos. Roupa de graça é com nóiz memo, chegando lá me disseram que eu poderia customizar meu tenis mas com meu nome ou uma frase. Perguntei se poderia ser com minha tipografia, disseram que não pois existe um leque de opções que a nike da aos clientes, devido a uma questão de direitos e patentes etc, Mas ai ligaram pra alguem e esse alguem disse que no nosso caso rolava por ser uma coisa nossa, não o logo de outra marca, ai rolou, os caras colocaram a foto no site. Coincidentemente quando saiu o clipe da triunfo, na mesma época, então começaram dizendo que era uma homenagem ao single etc etc  o resto é história, mas é tudo boato, a unica verdade é que eu tenho 2 pares de tênis exclusivos com meu nome e quem ta falando mal não tem. Não vai sair pra venda, é algo nosso, só isso. Mas é aquilo, ao invés de buscar a verdade as pessoas começam a falar é assim sempre “comentam sobre onde fui sem saber de onde vim”, sairam matérias em blogs e até mesmo em sites grandes dizendo isso, e é ai que tá, os caras que odeiam a Nike, que dizem que ela incentiva a mão de obra escrava falaram tanto disso que divulgaram os caras involuntariamente mais que qualquer outra iniciativa comercial da própria nike por que isso foi assunto de fóruns , debates, a porra toda e ai os “revolucionarios anti-nike” fizeram  a maior campanha viral sem notar. Foi bom pra Nike que foi divulgada sem pagar um centavo, bom pra mim que tambem fui assunto só por colocar um tênis no pé, o que era meio trivial até então. Alias, já que foi destaque, agora as pessoas me pagam mais e direito, afinal,” tenho patrocinio da nike” . Bom pros falador que tiveram assunto novo por um mês.

 

Cristiane Oliveira - Para Portal Rap Nacional

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